quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As Mariposas do Luxo.

"Inseto de hábito crepuscular ou noturno, semelhante às borboletas, mas de asas sem brilho." 
"Mulher que vagueia à noite à procura de fregueses; meretriz, prostituta, rampeira."
     O início da crônica se dá com duas raparigas olhando as vitrines apreciando as jóias e plumas, no entardecer do Rio de Janeiro e no movimento das pessoas que acentuam a diversidade e a rapidez da vida moderna.. 
n     A crônica narra o passeio das operárias, saindo do local onde trabalham e indo direto a alguma loja de produtos importados para ficarem olhando as vitrines. As raparigas caminham devagar olhando e apreciando cada uma das vitrines, onde cada peça representa um sonho, tão distante da possibilidade de realização.  O destino delas era certo, se entregar ao trabalho o qual o salário mal garantia o seu sustento, a tuberculose e um casamento com muitos filhos ou até mesmo a perdição.     
     Elas, coitaditas! passam todos os dias a essa hora indecisa, parecem sempre pássaros assustados, tontos de luxo, inebriados de olhar. Que lhes destina no seu mistério a vida cruel? Trabalho, trabalho; a perdição, que é a mais fácil das hipóteses; a tuberculose ou o alquebramento numa ninhada de filhos. Aquela rua não as conhecerá jamais. Aquele luxo será sempre a sua quimera.  As mulheres com seus vestidos sem cor e sem graça, são as mais conhecidas como mariposas voando em torno da lâmpada, que no caso seria as vitrines, no sonho de um dia possuí-la. Apelidadas como mendigas do luxo.
n      O que possuem é quase nada do luxo que sonham: plumas, chapéus, tecidos, arranjos, perfumes, tudo é objeto do seu desejo. Mas o sonho de cada uma delas são as jóias.  A crônica compara o mundo do luxo e o dessas mulheres: Os operários vêm talvez mal-arranjados, com a lata do almoço presa ao dedo mínimo. Alguns vêm de tamancos. Como são feios os operários ao lado dos mocinhos bonitos de ainda há pouco! Vão conversando uns com os outros, ou calados, metidos com o próprio eu".  A crônica suscita a questão da pouca probabilidade de mobilidade social e econômica dessas mulheres.

Feito por Thaís.
 

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